De Brasília para o mundo, saídas da capital para o exterior devem aumentar

Fonte CONUT - 03/07/2018 - 13h20min
De Brasília para o mundo, saídas da capital para o exterior devem aumentar
Os brasileiros da capital do país são os mais dispostos quando se trata de viajar para o exterior. De acordo com a Sondagem do consumidor sobre a intenção de viagem, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas com o Ministério do Turismo (Mtur) em novembro do ano passado, 6,8% dos entrevistados pretendem conhecer outros países. É um número expressivo, principalmente diante das dificuldades encontradas pelo turista brasiliense, que tem à diposição apenas cinco destinos internacionais partindo diretamente da cidade — Lisboa, Miami, Panamá, Punta Cana e Buenos Aires.
 
Planejar uma viagem internacional pode ser cansativo. A quantidade de conexões e escalas, as horas de espera — sem contar as possibilidades de atraso —, além do tempo de voo dependendo da distância até o destino, faz com que os turistas percam tempo e, principalmente, reduzam o período da viagem. Segundo Jorge Arruda, presidente da Inframerica, empresa concessionária do Aeroporto de Brasília, 36% dos passageiros que saem do aeroporto Juscelino Kubitscheck têm como destino as cidades de São Paulo ou Rio de Janeiro para, dali, embarcarem em voos com destino ao exterior.
 
A servidora pública Michelle Braz de Queiroz Araujo, 39 anos, viajou para Miami com a irmã em março deste ano. Moradora de Águas Claras, ela é uma das turistas que gostariam ter mais opções de voos internacionais diretos. “Viajo pelo menos uma vez ao ano, geralmente em época de férias escolares por conta da minha filha. Costumamos ir para locais que possuem praia, preferência de todos da nossa família.”
 
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Brasil possui cerca de 2.463 aeroportos, públicos e privados. O Aeroporto Internacional de Brasília é o terceiro maior do Brasil em movimentação internacional de passageiros e o maior hub doméstico do país, além de ser o único do continente a operar pistas paralelas simultâneas, de acordo com a Inframérica. Os usuários aprovaram a expansão e reforma efetuadas no terminal há cinco anos, mas avaliam que o potencial do aeroporto da capital não é bem aproveitado.
 
"Tem ótimas condições para operar voos com destino ao exterior, no entanto o freeshop poderia ser ampliado e estar aberto durante o período de chegada dos voos diretos e de origem internacional”, observa Flávia Monteiro de Castro Campos, 55 anos, servidora pública moradora da Asa Sul, que viajou recentemente para a Alemanha a trabalho. “Tenho viajado para fora do país, a passeio, a cada dois anos. Amo Nova York e Londres. Quero conhecer Portugal e Espanha, e também Chicago, nos EUA”, afirmou.
 
De acordo com Roberto Luiz, gerente de negócios aéreos da Inframerica, o terminal brasiliense tem vocação para atuar como centro logístico de conexões (hub) aéreas principalmente pela posição geográfica (centro do país). A Inframérica informou que o Aeroporto de Brasília terá novos voos para Miami e Orlando que começarão a operar em novembro deste ano. Em março passado, a Avianca anunciou a segunda frequência diária e direta para Miami, diurna. A companhia adiantou que abrirá a terceira frequência diária para Santiago, que começará a operar em junho.
 
Para voar mais
 
A partir do próximo ano, as empresas de aviação que oferecerem novas rotas entre Brasília e cidades no exterior ganharão incentivo econômico, de acordo com um Decreto publicado no último dia 15 pelo Governo do Distrito Federal. O texto garante incentivo fiscal no percentual do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o querosene de aviação.
 
Na prática, as companhias aéreas brasileiras que operarem mais voos internacionais no Aeroporto de Brasília receberão maior desconto no ICMS que incide sobre o combustível nos voos nacionais, já que os voos internacionais, sejam de companhias brasileiras ou sejam de estrangeiras, são isentos da cobrança do tributo. O decretopermite a redução de 12% para até 7% na alíquota do tributo. Considerando-se que, segundo as aéreas, 30% do custo das empresas é decorrente dos valores do combustível, trata-se de um incentivo importante.
 
O objetivo é incentivar a criação de destinos internacionais com decolagens a partir do Juscelino Kubitscheck. O GDF avalia que há ganhos para todos — passageiros, empresas aéreas, operação aeroportuária e governo, que poderá arrecadar mais com o crescimento da oferta. O gerente de negócios aéreos da Inframérica Roberto Luiz afirmou que a medida é “acertada e estratégica”. Segundo ele, “as companhias aéreas buscam a todo momento a inclusão de novas rotas e destinos.”
 
O presidente da Inframerica, Jorge Arruda, se mostrou estusiasmado com o incentivo e acrescentou que as mudanças feitas pela concessionária no aeroporto tinham o objetivo de tornar o terminal “um hub estratégico que sirva não apenas o Brasil, mas toda a América Latina. A centralidade geográfica do Distrito Federal dá ao Aeroporto essa vocação natural e estamos investindo para tornar esse projeto uma realidade”. Ele adiantou que em novembro deste ano, a GOL iniciará dois voos com frequências diárias para Miami e Orlando.
 
JK em números
 
12.385 pousos e decolagens por mês, uma média de 412 por dia
 
148.619 movimentações no ano
 
46 mil passageiros/dia em média; embarques (27,8%), desembarques (28,2%) e conexões (44%)
 
466 mil passageiros internacionais no ano
 
7,1 milhões de passageiros em conexão
 
17 milhões de passageiros no total 
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