As operações policiais em morros e locais de difícil acesso no Espírito Santo terão a ajuda de drones. Uma portaria foi publicada nesta quinta-feira (28) regulamentando as atividades do equipamento pela Polícia Militar. A PM têm três drones e pretende comprar mais nove equipamentos até o final do ano.
Os drones são do modelo Phantom 4 Pro e pesam dois quilos aproximadamente. Além de poder visualizar pelo controle remoto as imagens, o policial pode transmiti-las para algum lugar ou gravar em um cartão de memória em resolução 4K. Onze policiais militares foram treinados para pilotarem os equipamentos.
Segundo o subcomandante do Comando de Polícia Ostensiva Especializado (CPOE), Marcos Alexandre Novaretti Roberto, os drones - chamados tecnicamente de RPAS - podem ser úteis em várias situações e, como são mais discretos, são bem eficazes em situações de reconhecimento de áreas para operações, até mesmo para antecipar o voo de um helicóptero.
“Eles podem ajudar a reconhecer edificações, acompanhar ocorrências online, acompanhar veículos e pessoas, monitorar edificações, acompanhar acampamentos de pessoas que estão invadindo propriedade, diminuindo o contato pessoal e evitando a progressão do uso da força”, exemplificou.
Novaretti salienta que os drones não substituem os helicópteros da PM, mas complementam o trabalho. Ele lembra que, no caso das aeronaves maiores, há a possibilidade de transportar a tripulação armada e o campo de visão é maior do que do drone - que tem apenas uma câmera.
Para o coronel os drones são úteis para várias situações e não apenas operações policiais em morros. “Até em praias. Em qualquer situação que o policial precise ampliar o campo de visão. Ele tem uma visão privilegiada”, complementa.
MORRO DA PIEDADE
O secretário de segurança pública do Estado, Nylton Rodrigues, já havia adiantado que drones deverão ser utilizados no Morro da Piedade, em Vitória, onde vários assassinatos aconteceram neste ano, o que fez parte da população deixar o local. A base da PM prevista para ser instalada na região não vai ficar no alto do morro. Para esses locais distantes o coronel Novaretti garante que os drones vão ajudar no monitoramento.
“Certamente nós iremos empregar para ajudar monitorar locais mais sensíveis, mais distantes, onde o policial não pode chegar, por trás de muros, em cimas de telhados, na área de mata da Piedade. O uso naquela região é altamente viável”, declarou.
A portaria publicada foi feita com base na legislação vigente, com normas e orientações de órgãos de controle, como a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Uma das preocupações é evitar acidentes com as pessoas, caso as aeronaves tenham problemas mecânicos, ou impactos com aeronaves de grande e médio porte. |