A companhia aérea Azul perderá, ainda nesta semana, sua maior acionista – a Hainan Airlines, do grupo chinês HNA, que detém 17,2% de participação na empresa e três das 12 cadeiras do conselho de administração. Altamente endividada, a HNA colocou ontem à venda suas ações da Azul na Bolsa de Nova York. O preço dos papéis foi fixado em US$ 16,15, o que deverá resultar em US$ 320 milhões para os chineses.
A liquidação da oferta está marcada para amanhã. Com a saída da HNA da estrutura de capital da empresa, a Azul passa a ter como seus maiores acionistas a Trip (que inclui Trip Participações, Trip Investimentos e Rio Novo Locações) e a americana United Airlines, com 8,7% e 8% de participação, respectivamente, de acordo com a composição acionária publicada antes da oferta de ações nos EUA. O fundador da Azul, o americano nascido no Brasil David Neeleman, permanece com 67% das ações com direito a voto, mas apenas 5,3% do capital total da empresa.
Endividado
Com uma dívida acumulada de cerca de US$ 90 bilhões e um faturamento de quase US$ 100 bilhões, o conglomerado chinês vem sendo pressionado pelo governo de seu país a vender ativos para reduzir o nível de endividamento. Segundo o jornal The New York Times, o grupo chegou a pedir dinheiro emprestado a seus funcionários. Em abril, os chineses já haviam vendido uma parte de sua fatia na companhia aérea para a United.
Até então, a americana tinha uma participação na empresa de 3,7%. “A oferta internacional é parte dos planos estratégicos da Hainan, que incluem iniciativas para capitalização, desinvestimentos selecionados, bem como investimentos em companhias aéreas e no setor de serviços de aviação”, informou a Azul em fato relevante. “Azul e Hainan não esperam que a oferta proposta cause alteração relevante no plano estratégico ou relação comercial entre ambas as companhias. Nenhum outro acionista da Azul está vendendo ações ou ADSs na oferta.” |