Após meses de discussão, o BNDES aprovou financiamento de R$ 508 milhões à BH Airport, dona do aeroporto de Confins, em Minas Gerais. Com o crédito, a empresa vai quitar o empréstimo-ponte (de curto prazo) e dará continuidade a obras.
A liberação dos recursos encerra um conflituoso capítulo entre a concessionária e o banco de fomento. O empréstimo-ponte, de R$ 405 milhões, foi contratado após o leilão de Confins, realizado em novembro de 2013. O vencimento era em janeiro de 2018, e, para quitá-lo, a BH Airport contava receber crédito de longo prazo até dezembro de 2017.
A decisão do governo, anunciada em outubro e que mais tarde seria revista, de reativar voos domésticos de longa distância em Pampulha fez o BNDES pedir mais prazo para avaliar o cenário para a aviação em Minas Gerais e segurar o crédito de longo prazo.
Os acionistas da BH Airport chegaram a convocar uma assembleia para aprovar aporte de R$ 566 milhões na concessionária, de modo a cobrir um eventual rombo no caixa da companhia, caso o BNDES não estendesse o prazo do empréstimo-ponte. Mas o banco acabou adiando o vencimento para novembro deste ano, dando fôlego à empresa.
A BH Airport é formada por um consórcio privado — que reúne CCR e Zurich Airport, com 51% da concessionária — e pela Infraero (49%). Segundo o BNDES, os R$ 508 milhões correspondem a 52% do valor total do projeto (R$ 983 milhões). O prazo do financiamento é de 208 meses, pouco mais de 17 anos.
Grande parte dos investimentos no aeroporto de Confins já foi realizada com os R$ 406 milhões antecipados pelo empréstimoponte em 2015. Como resultado, sua capacidade mais que dobrou, chegando hoje a 22 milhões de passageiros/ano.
O escopo do financiamento inclui os investimentos em ampliação e modernização de Confins, a serem realizados até dezembro, e inclui a expansão de serviços aeroportuários (pontes de embarque, posições para aeronaves, balcões de check-in, canais de inspeção de passageiros) e de comodidades (lojas, restaurantes, praça de alimentação). |