Londrina reserva 1,1 mil hectares para complexo aeroportuário

Fonte CONUT - 13/08/2019 - 14h28min
Londrina reserva 1,1 mil hectares para complexo aeroportuário

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, assinou nesta segunda-feira (12) um decreto que torna uma área de 1,1 mil hectares, anexa ao Aeroporto Governador José Richa, como de utilidade pública, em proposta que busca ressuscitar o projeto do Arco Norte, de modo remodelado. O objetivo é abrir espaço para a construção de um complexo aeroportuário, industrial e de serviços, além de atrair uma companhia internacional interessada em instalar um hub de conexões na cidade. A assinatura foi em evento com lideranças de entidades políticas e do setor produtivo, na sede do Executivo. 

 
O aeroporto londrinense está entre os nove do Sul do País que são administrados pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e que serão concedidos pelo governo federal à iniciativa privada, em bloco, no próximo ano. A iniciativa da Administração Municipal é aproveitar o processo para colocar a cidade à frente de outras, em eventual disputa para receber uma companhia aérea que entre no mercado nacional, nos mesmos moldes da base operacional da Azul Linhas Aéreas, em Campinas. 
 
No antigo projeto do Arco Norte, de 2009, a Prefeitura de Londrina decretou uma área de 5,7 mil hectares (ha) como de utilidade pública, para a implantação de um grande aeroporto internacional de cargas e de centros de logística intermodal e de tecnologia. Contudo, o espaço ficava ao lado da Mata dos Godoy, na zona sul, e a declaração acabou revogada em 2013, após a Promotoria do Meio Ambiente de Londrina indicar riscos à reserva de proteção ambiental.
 
Na ocasião, a Agência dos Estados Unidos para o Comércio e Desenvolvimento (USTDA, na sigla em inglês) e a alemã Lufthansa Consulting se propuseram a fazer o estudo financeiro do projeto. Desta vez, Belinati afirmou que deseja aproveitar “uma janela de oportunidade”. “O governo federal está promovendo uma privatização dos aeroportos da região Sul, o de Londrina está incluído e a ideia é que possamos ampliar o projeto já estabelecido para fazer um aeroporto que atenda as nossas necessidades e que seja um grande polo de desenvolvimento da região”, disse o prefeito, que relembrou o interesse da Lufthansa. 
 
Segundo a SAC (Secretaria Nacional de Aviação Civil), o investimento previsto para a concessão da estrutura em Londrina na concessão é de R$ 193,5 milhões. O assessor para assuntos estratégicos do município, Luiz Figueira de Mello, afirmou que o aporte necessário no novo projeto ultrapassa R$ 1 bilhão. “Já discutimos com os órgãos reguladores em Brasília e a ideia é tentar incluí-lo ainda no processo de licitação”, completou Belinati, que aproveitou o evento para pedir o apoio da sociedade londrinense. 
 
Figueira afirmou que o objetivo é que o Ministério da Infraestrutura inclua a proposta londrinense como objeto do estudo de viabilidade econômico-financeira do Bloco Sul, que será feito por empresas interessadas na concessão. Serão 61 propriedades atingidas, das quais menos de dez em área urbana e o restante, na rural. “Estamos ampliando a área do aeroporto para mais 1,1 mil hectares. Os 160 hectares que são hoje propriamente do aeroporto se somarão a mais 187. O restante serão áreas de preservação, um parque industrial e um hub aéreo”, disse. 
 
A pista passaria dos atuais 1,7 mil para 3,5 mil metros. Outros 256 ha são destinados no projeto para um parque industrial e logístico, mas haveria ainda área para a instalação de um hospital internacional, entre outros empreendimentos. “Entre outros ativos que temos, somos também um polo de saúde de referência nacional”, disse Figueira, que destacou o cuidado com a criação de espaços de proteção ambiental próximos aos ribeirões Limoeiro e Cambé.
 
O assessor da Prefeitura disse que a proposta é que o investimento seja 100% privado, até mesmo para desapropriação. “O que cabe ao governo é criar marcos regulatórios e o ambiente necessário para esse desenvolvimento”, informou Figueira. 
 
CONCESSÃO
A concessão do Bloco Sul proposta pelo governo federal reúne, além do aeroporto de Londrina, os de Curitiba, Foz do Iguaçu, Bacacheri, Navegantes (SC), Joinville (SC), Uruguaiana (RS), Bagé (RS) e Pelotas (RS). No total, os investimentos somarão R$ 2,232 bilhões, segundo a SAC. 
 
Proposta é fomentar da pequena agricultura até alta tecnologia
O diretor do Sinduscon-Norte (Sindicato da Indústria de Construção Civil do Norte do Paraná) Gerson Guariente Junior afirmou que a região tem uma das últimas chances de mudar de patamar no desenvolvimento econômico e na geração de renda, com a criação de um complexo aeroportuário e a atração de uma companhia aérea que instale sua base operacional em Londrina. Durante o evento para assinatura do decreto de utilidade pública de área anexa ao aeroporto, ele lembrou da possibilidade de a iniciativa fomentar desde a atividade rural até a alta tecnologia. 
 
“Nas margens do rio Tibagi, o pequeno produtor pode produzir flores de alta qualidade, frutas de qualidade e, para que se tenha sucesso e gere renda, é preciso que seja transportada e exportada”, disse Guariente. “A importância que ganhou a produção de frutas no Nordeste do País está ligada à capacidade de exportação, uma das propostas pensadas para a região de Londrina”, completou.
 
O assessor para assuntos estratégicos do município, Luiz Figueira de Mello, lembrou que o aeroporto de Amsterdam, na Holanda, é um dos principais em exportação no mundo e 65% das cargas são flores. “Em Bogotá estão fazendo um hub aéreo para as rosas colombianas. Temos esse potencial também, com solo, clima, possibilidade de produção em pequenas áreas, e isso cria oportunidades de geração de empregos até para as pessoas com menor qualificação.”
 
Por outro lado, ambos apontaram a possibilidade de aproveitar a geração de mão de obra especializada para produção de produtos e serviços de alta tecnologia. “Temos todo o sistema instalado, com universidades e centros de pesquisa que nos colocam em situação diferenciada. O que queremos desenvolver é um parque industrial com empresas de bases tecnológicas, não poluentes, além de uma zona de processamento de produtos para exportação nos moldes da Zona Franca de Manaus”, disse Figueira. (F.G.)
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