Todos os voos do Aeroporto Internacional de Hong Kong foram cancelados nesta segunda-feira (12) neste quarto dia de manifestações. Milhares de pessoas vestidas de preto tomaram as dependências do terminal aéreo para protestar contra a atuação da polícia, que no domingo (11) utilizou gás lacrimogêneo para dispersar um ato.
Para marcar dois meses dos protestos, centenas de manifestantes voltaram a ocupar aeroporto na sexta-feira (9). O objetivo da ação é sensibilizar visitantes estrangeiros sobre os motivos dos protestos, que têm levado multidões às ruas do território semiautônomo.
Os protestos começaram depois que o governo local apresentou um projeto de lei –atualmente suspenso– que permitiria a extradição de cidadãos de Hong Kong para a China continental.
O governo recuou do projeto, mas os manifestantes ampliaram a pauta de reivindicações com o objetivo de barrar a influência de Pequim no território, que eles consideram crescente, e de impedir a redução das liberdades dos cidadãos que vivem em Hong Kong.
Os manifestantes, que não têm um líder, utilizam as redes sociais para coordenar os protestos e, até agora, conseguiram poucas concessões do poder político. A maioria dos atos é pacífico, mas com frequência terminam em confrontos com as forças de segurança.
A China, que apoia o governo local, tem endurecido o tom com os manifestantes nas últimas semanas. Os protestos foram descritos por Pequim como um plano violento, orquestrado por fundos estrangeiros para desestabilizar o governo central.
As autoridades chinesas advertiram os manifestantes de Hong Kong para que não subestimem "a firme determinação e a imensa força do governo central da China" e "não brinquem com fogo", em uma clara ameaça de intervenção direta na repressão das manifestações. |