Na reunião organizada ontem pela Fiergs em que a Fraport apresentou seu cronograma de obras para o aeroporto Salgado Filho, empresários expressaram preocupação com os riscos associados ao embate jurídico entre a concessionária e o MPF-RS.Além da ameaça de atraso na obra, especialmente a de expansão da pista, há inquietação sobre a imagem que o Estado projeta no momento em que se prepara para a concessão de rodovias, prevista para entre setembro e outubro, e logo depois, para a privatização de CEEE, CRM e Sulgás. Federasul e Fiergs pediram para acompanhar o processo como amicus curiae (partes não diretamente envolvidas em ação judicial, mas com interesse no tema).
A presidente da Federasul, Simone Leite, ponderou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Fraport, as duas partes do contrato, concordam que não há necessidade de fazer o desembolso exigido pelo MPF-RS:
- Dependendo do que for julgado, ficamos pensando como os investidores vão atuar no processo de concessão das estradas estaduais, e nas futuras privatizações de CEEE, CRM e Sulgás. Essa insegurança jurídica pode nos custar caro.
A Federasul programou para a próxima quarta-feira, em seu tradicional evento Tá na Mesa, um debate com Carlos Cazarré, procurador-chefe
da Procuradoria Regional da República da 4ª Região, e Fabiano Dallazen, procurador-Geral de Justiça do RS.
Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio, mantém-se neutro sobre o debate jurídico, mas afirma que a prioridade é garantir a continuidade dos trabalhos de ampliação do terminal e da expansão da pista: -Se as obras forem interrompidas, dá susto em todo mundo. Presidente da Fiergs, Gilberto Petry reforçou o apoio da entidade à Fraport:
- A ampliação é fundamental não apenas para a indústria, mas para toda a comunidade gaúcha. A obra não pode ser interrompida e esperamos que essa tratativa seja resolvida o mais rápido possível. |