A segunda pista para pousos e decolagens no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, localizado em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), não tem mais data para sair do papel. Com obras previstas inicialmente para o ano passado e conclusão até 2020, o projeto que previa inversões da ordem de R$ 800 milhões no terminal está sem previsão para ocorrer.
De acordo com a BH Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional, um termo aditivo ao contrato de concessão com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), celebrado recentemente, retirou o gatilho por data para a construção da segunda pista no principal aeroporto de Minas Gerais.
“Em razão de ausência de demanda que justifique o projeto no momento atual, o aditivo determina que a segunda pista deva ser construída e estar plenamente operacional apenas quando a demanda estiver próxima de atingir 198 mil movimentos anuais de aeronaves”, disse a concessionária por meio de nota.
Na versão original, o contrato de concessão previa que a segunda pista teria que ficar pronta quando o terminal atingisse um movimento anual de 198 mil pousos e decolagens ou ao final de 2020, o que acontecesse primeiro.
Para se ter uma ideia da baixa demanda, segundo a BH Airport, em 2018, o aeroporto atingiu apenas 101,2 mil movimentos. Por isso a decisão de adiar a construção de uma nova pista.
“A capacidade da pista atual sustenta 198 mil movimentos anuais, sem prejuízo às operações e à segurança dos passageiros”, diz o documento.
Em março de 2017, em meio às discussões sobre a possibilidade de retomada dos voos de grande porte no Aeroporto de Belo Horizonte, mais conhecido como Aeroporto da Pampulha, o presidente da concessionária na época, Paulo Rangel, disse, com exclusividade ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, que a construção da segunda pista estava ameaçada. Isso porque, segundo ele, os aportes previstos no contrato, desde então, consideravam também o volume de passageiros ou de cargas que passam pelo aeroporto.
De qualquer maneira, o projeto de retomada do Aeroporto da Pampulha foi arquivado, uma vez que, apesar da liberação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de voos comerciais interestaduais no terminal, o Ministério da Infraestrutura decidiu manter o aeroporto funcionando apenas para voos regionais.
Isso ocorrerá até que sejam concluídos estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental do local. A pasta também aguarda definição sobre o modelo de concessão do terminal, que fará parte da 7ª rodada de concessões aeroportuárias. O início está previsto para o segundo semestre de 2020.
Hub – Paralelamente, a BH Airport mantém os esforços para transformar o Aeroporto Internacional em um dos maiores hubs de conectividade do Brasil. No início desta semana, foram anunciadas novas frequências para cinco destinos a partir de agosto e setembro e a abertura de uma rota com voo diário para Florianópolis (SC), em primeiro de outubro, pela Azul.
Montes Claros, no Norte de Minas, já ganhou mais uma frequência, passando de três para quatro voos diários. Ainda neste mês, Cabo Frio (RJ) passa de dois para quatro voos semanais e Salvador (BA), de três para quatro voos diários. Em setembro, será a vez de Ipatinga, no Vale do Aço, passar de quatro para cinco voos diários e o Aeroporto Santos Dumont, na capital fluminense, receber sete voos diários no lugar dos seis atuais. |