SÃO PAULO- Três falhas, em cerca de 12 horas, no sistema de radar de São Paulo geraram efeitos em cascata na malha de voos no país, gerando atrasos e cancelamentos em cerca de 500 voos. Dados da Infraero mostram que, do primeiro minuto de ontem às 21h, 34,2% dos voos tiveram atrasos e 6,46% foram cancelados. Em Congonhas, na capital paulista, os atrasos atingiram mais da metade das partidas e chegadas previstas.
A falha no sistema de radar ocorreu em três momentos, segundo a GRU Airport, que administra o aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos. A primeira foi das 23h15m de quinta-feira até 0h24m de ontem. A segunda durou mais de uma hora, entre 4h03m e 5h20m. Já a última foi das 10h50m às 11h40m. A paralisação impediu a decolagem ou aproximação de aeronaves nos aeroportos que estão na área desses radares. Com isso, os voos tiveram de ser deslocados para outros locais. Embora o sistema tenha sido restabelecido às 11h40m, os reflexos foram sentidos nas horas seguintes, afetando aeroportos em outros estados.
Brasília, Curitiba e Uberlândia estão entre os terminais afetados pela falha. Dos 1.260 voos previstos em terminais administrados pela Infraero, os atrasos atingiram 461 (34,22%), e os cancelamentos, 6,46%. Em Congonhas, mais da metade (55,95%) dos 228 voos previstos ontem tiveram atrasos. Os cancelamentos chegaram a 8,73%.
SEM RELAÇÃO COM CASO DE JUNHO
Para normalizar a situação, o Aeroporto Santos Dumont estendeu a operação até 1h de hoje, segundo o "Jornal Nacional". O mesmo foi feito em Congonhas. Os dois terminais costumam fechar às 23h. Em Cumbica, que tem administração privada e funciona 24 horas por dia, 157 voos chegaram atrasados, 161 saíram mais de 30 minutos após o horário marcado e 14 foram cancelados.
Já em Viracopos, em Campinas, foram 15 chegadas e 25 decolagens em atraso. Segundo o o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), ligado ao Comando da Aeronáutica, "em nenhum momento a segurança de voo foi comprometida".
Há pouco mais de um mês, outra falha no sistema de radar também afetou o funcionamento dos aeroportos de São Paulo, com pousos e decolagens sendo suspensos por cerca de uma hora. Na ocasião, o CGNA informou que a falha se deu a "ações de gerenciamento de fluxo de tráfego aéreo", em função de problemas no sinal do sistema. O CGNA acrescentou que não há relação entre os dois casos. |